Aval de ACM Neto
A decisão da oposição de apoiar a reeleição de Adolfo Menezes (PSD) na Assembleia foi referendada por ACM Neto (União). Antes do anúncio, no final do dia de ontem (29), o líder da bancada, Alan Sanches (União), consultou por telefone o ex-prefeito de Salvador, de quem recebeu sinal verde. Adolfo é amigo pessoal do atual ocupante do Palácio Thomé de Souza, Bruno Reis (União), e de seu irmão, o advogado Michel Reis.
Bancada de Elmar
Com o voto dele próprio, Adolfo já arrematou o apoio de 62 dos 63 deputados da Assembleia. Apenas Hilton Coelho (Psol) se colocou contra. Até mesmo a “bancada” do deputado federal Elmar Nascimento (União), adversário do presidente da Assembleia em Campo Formoso, não criou resistência, diante do clima de quase unanimidade na Casa. Pesou também a sintonia de momento entre Elmar e o deputado federal Antonio Brito, que é do PSD, mesmo partido de Adolfo. Os dois têm um acordo sobre a sucessão na Câmara.
Excesso de poder
Sobre a disputa pela 1ª vice-presidência da Assembleia, o PT, que almeja o posto, enfrenta forte resistência nas bancadas dos demais partidos. Até porque, em caso de impedimento futuro de Adolfo, por conta da jurisprudência do STF, os petistas poderiam ficar com o comando do Executivo e do Legislativo. Nos bastidores, esse argumento é utilizado até pelo deputado Vitor Bonfim (PV), que deseja o cargo e é da federação. Adolfo deve apoiar o colega que reunir o maior número de apoios, evitando polêmicas.
Política hereditária
A avaliação de deputados sobre Victor Bonfim é a de que ele enfrenta forte rejeição para ocupar a função de substituto imediato de Adolfo. Além das questões de relacionamento, um fator histórico pesa contra o “verde”, mesmo entre os novatos. Em 2014, o pai dele, João Bonfim, então deputado estadual, foi eleito conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) prometendo distribuir os votos que tinha entre os pares após a aposentadoria da Assembleia, mas acabou escolhendo o filho como único herdeiro do espólio eleitoral.